Skip to content

Industry News

Prisma Capital-backed Origem Energia Acquires Brazil’s Polo de Alagoas from Petrobras for USD300m

6 February 2022

Prisma Capital-backed Origem Energia acquired Polo de Alagoas, a set of seven onshore and shallow water oil and gas concessions in Brazil, from Petrobras for USD300m.

(Brazil Journal) A compra do chamado Polo de Alagoas pela Origem Energia – que acaba de ser concluída – é uma transação transformacional para uma empresa que nasceu há seis anos a partir de um apartamento e um carro de sua fundadora. 

O Polo de Alagoas, que pertencia à Petrobras, transforma a Origem no segundo maior produtor privado de gás natural em terra do País – atrás apenas da Eneva, que produz cerca de 6-8 milhões de m³ de gás por dia em seu campo de Parnaíba. 

Hoje controlada pela Prisma Capital, a Origem está pagando US$ 300 milhões pelo Polo e deve investir outros US$ 300 milhões nos próximos anos. O capex inclui a construção de uma termelétrica a gás e de soluções de armazenamento de gás usando reservatórios vazios. 

O Polo de Alagoas é composto por sete campos de produção de petróleo e gás: seisterrestres e um em águas rasas. O complexo todo tem mais de 600 poços e uma unidadede processamento de gás.

A estimativa da Origem é que no primeiro ano de operação o Polo produza 1 milhão demetros cúbicos de gás natural e 2.000 barris de petróleo por dia. O montante representaum aumento substancial em relação ao que a Petrobras produz no campo: 450.000 m³ degás/dia e 1.600 barris de petróleo.

Com essa produção, a Origem projeta uma receita de US$ 100 milhões para o primeiroano, com boa parte disso vindo da venda do gás (70%). A companhia já fechou contratospara a venda de seu gás pelos próximos 3 a 5 anos, com um preço piso e teto que aprotege da volatilidade da commodity.

Na venda do petróleo, a margem de segurança também é grande: os US$ 30 milhões dereceita projetada são baseados no preço do Brent à época do leilão, quando o barrilnegociava a US$ 70.

Luiz Felipe Coutinho, o CEO da Origem Energia, disse ao Brazil Journal que o grandeatrativo que a empresa enxergou no Polo de Alagoas é sua infraestrutura integrada –uma rede de dutos com acesso direto a terminais de exportação e à malha da TAG.

Essa infraestrutura vai permitir à Origem oferecer um gás natural com competitividadeinédita na indústria, segundo ele.

“Teremos preços super competitivos, alta flexibilidade para os momentos de maior oumenor demanda e baixa penalidade nos contratos de ‘take or pay’,” disse o CEO.

Tipicamente, quando uma produtora de gás fecha um contrato com uma indústria, aindústria assume o compromisso de comprar determinada quantidade de gás pordeterminado período. O problema é que esses contratos obrigam a empresa a comprarpelo menos 90% do que ela se comprometeu, independente da demanda. Como apenalidade pelo descumprimento é alta, “isso tira a competitividade do gás natural,”disse Luiz.

A Origem está propondo contratos de ‘take or pay’ mais flexíveis e que dividam o riscodo negócio, na média, obrigando o cliente a comprar de 50% a 60% do combinado.

Segundo Luiz, a Origem consegue esta flexibilidade por dois fatores.

O primeiro é a infraestrutura integrada do Polo de Alagoas: caso um cliente reduza acompra, a empresa consegue destinar o gás para outros canais, como a termelétrica, epara a chamada venda de ‘small scale’, que envolve levar o gás liquefeito para municípiosque não têm acesso ao gás natural. Outra opção ainda é armazenar o gás nosreservatórios que a empresa vai construir.

O segundo fator que dá flexibilidade à Origem é o fato do gás do Polo de Alagoas nãoocorrer associado ao petróleo, diferentemente do que ocorre na maioria dos campos.

Quando o mesmo poço produz petróleo e gás, para diminuir a produção de um é precisoparar a produção do outro, o que piora o economics do negócio.

Fundada em 2016, a Origem é um caso raiz deempreendedorismo num setor que dificilmente abreespaço para novos entrantes.

A empresa surgiu da cabeça de Luna Viana, umaengenheira de petróleo pela UFRJ. Para que a Origempudesse cumprir os requisitos mínimos da ANP eparticipar de seu primeiro leilão, Luna só viu um jeito:colocar o patrimônio pessoal de seu pai (um Honda Civic2014 e uma casa na Ilha do Governador, no Rio) pararobustecer o balanço da empresa.

Na época, a Origem ganhou o leilão do campo de GarçaBranca por R$ 30 mil, mas não tinha o dinheiro para cumprir o investimento mínimo deR$ 1 milhão previsto no contrato.

Luna saiu à procura de investidores e, numa feira do setor, esbarrou com o pai de Luiz,que apresentou a empreendedora a seu filho e os ajudou a levantar o dinheironecessário.

Desde então, a Origem comprou outros oito campos – sete da União e um (o Tucano Sul)da Petrobras. Todos ainda estão em fase pré-operacional e, com exceção do Tucano Sul,são quase insignificantes em comparação ao tamanho do ativo comprado hoje.

No ano passado, a Prisma Capital viabilizou o capital para o leilão e se tornoucontroladora da empresa. A Origem ainda tem dinheiro em caixa e pretende participarde mais leilões de campos da Petrobras.